“A Caixa Econômica Federal planeja inaugurar dois novos centros culturais na Região Nordeste do país até o final deste ano. A instituição também já deu início às obras de um terceiro, em Porto Alegre (RS), que deve estar pronto até o final de 2012. No total, o banco irá investir cerca de R$ 40 milhões na reforma, adequação e no aparelhamento dos espaços. O investimento é direto, sem qualquer estímulo da Lei Rouanet. As futuras unidades culturais de Fortaleza (CE), Recife (PE) e da capital gaúcha vão se somar às cinco que já funcionam em Brasília (DF), Curitiba (PR), Salvador (BA), São Paulo (SP) e no Rio de Janeiro (RJ). Juntos, os cinco espaços atraíram um público de cerca de 1,3 milhão de pessoas em 2010. A unidade mais visitada foi a da capital paulista que recebeu 622 mil visitantes ao longo do ano passado. Segundo o gerente de Marketing Cultural da Caixa, Gustavo Pacheco, a expansão das instalações faz parte da política cultural do banco, aprovada no final de 2004. “Em princípio nós achávamos que os espaços existentes à época davam conta das necessidades e do volume de dinheiro que podíamos investir. Depois, verificamos que nessas outras três capitais existiam boas oportunidades de revitalizarmos prédios, colaborando com a mudança do perfil das regiões onde eles estão. E por que então não transformarmos esses prédios em espaços culturais da própria instituição?”, explicou Pacheco. Os centros são a face mais visível da política cultural do banco que investe para oferecer à população a possibilidade de assistir a filmes, peças teatrais, shows, exposições e oficinas com entrada gratuita ou a preços populares. Os centros culturais servem para tentar democratizar o acesso do público à produção artística brasileira e também para estimular os artistas e criadores oferecendo espaços para exibição de trabalhos. De acordo com Pacheco, a Caixa não planeja construir outros centros culturais além dos três novos. “O orçamento é finito e temos que fazer a conta: quanto mais espaços físicos tivermos, maiores serão nossos gastos com manutenção. O que vai tirar parte dos recursos que investiríamos nos eventos e nas ações culturais que realizamos em cidades de todo o país onde não temos um centro cultural”, declarou o gerente, citando iniciativas da Caixa como os editais de fomento, o patrocínio à Orquestra Criança Cidadã Meninos do Coque, de Recife e a exposição itinerante Galeria Caixa Brasil, que, em novembro de 2010, levou mais de 600 obras de arte às 27 capitais. A Caixa Cultural Fortaleza funcionará no prédio da antiga Alfândega, um edifício construído no final do século 19 e tombado como patrimônio histórico, próximo à Praia de Iracema e ao Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. A área de 3.508 metros quadrados irá abrigar um teatro, galerias de arte, salas para cursos e oficinas, um café e uma livraria. Já os 2.650 metros quadrados do prédio da antiga sede da Bolsa de Valores de Pernambuco e Paraíba que vai sediar a Caixa Cultural Recife contarão com um cine-teatro, galerias de arte, museu, salas de ensaios e oficinas e multimídia, um sítio arqueológico, livraria e área de convivência. Também tombado como patrimônio histórico, o edifício da antiga Bolsa de Valores está passando por uma ampla reforma, mas a instituição promete preservar as características históricas da construção. A unidade cultural de Porto Alegre irá funcionar no Edifício Imperial, em frente à Praça da Alfândega, no centro da capital gaúcha. No prédio, um exemplar da arquitetura art déco no Brasil, funcionaram os cinemas Imperial e Guarani. Um acordo com a prefeitura de Porto Alegre, proprietária do imóvel, prevê que a Caixa recupere a parte interna do edifício em troca de utilizar parte dele por 30 anos. A unidade será dotada de cine-teatro com 650 lugares, galerias de arte, museu, sala multimídia, café e livraria.” Fonte: Blog do Eliomar de Lima
10 de abr. de 2001
9 de abr. de 2001
Pianista Brasileiro Nelson Freire lança coletânea
Nelson Freire mostra sua enorme intimidade com o compositor na escolha inteligente do repertório de CD que celebra os 200 anos do músico húngaro.
Um novo CD de Nelson Freire chega às lojas - e sites de downloads - do Brasil e do mundo na segunda-feira. Contratado exclusivo da Decca, o pianista brasileiro obedece, nesse caso com imenso entusiasmo, ao marketing das efemérides. No ano Liszt - comemoram-se em 2011 os 200 anos de seu nascimento -, pululam gravações das obras mais conhecidas, como as Rapsódias Húngaras 2, 4, 6, 12 e 15, o Sonho de Amor, etc., etc.
Como há décadas Nelson curte enorme intimidade com Liszt, foi rara sua inteligência na escolha do repertório. Seu oitavo CD para a Decca foi gravado entre 26 e 31 de janeiro em Hamburgo, na Alemanha, com cinco peças curtas, duas mais alentadas e o ciclo Consolations. Nelson está mais afiado do que nunca. Personalíssimo, imprime rubatos que encantam, uma fluência já lendária e a incrível capacidade de estabelecer refinadas gradações de dinâmica e expressividade no toque.
O recital começa com Waldesrauschen, um dos dois estudos de concerto de 1862. É o melhor Liszt, em que a mão esquerda constrói em semicolcheias uma ondulação sobre a qual um tema brinca de perpétua modulação. A seguir, duas peças dos dois primeiros cadernos dos Années de Pélerinage, compostos sob a paixão por Marie d"Agoult. Do primeiro caderno, Suíça, Nelson toca Au Lac de Wallenstadt, plácida barcarola. E do segundo, Itália, Nelson escolhe a terceira das peças sobre sonetos do poeta Petrarca, do século 14. Elas nasceram como "lieder" e depois Liszt as transcreveu para piano. Grande momento de Nelson, entregue à música atormentada pelo amor.
Na Valse Oubliée n.º 1, do fim de sua vida, Nelson capta a inesperada economia de meios de um compositor transbordante.
As duas peças mais ambiciosas são o 11.º dos Estudos Transcendentais e a Balada n.º 2. Harmonies du soir, que dá título ao CD. Em plena maturidade, Nelson acaricia as notas e transmite o impossível. Isto é, uma certa sensação de imobilidade no instante, como disse um pesquisador. Harmonies começa no crepúsculo, eleva-se num canto de ação de graças sereno - com uma sucessão de acordes perfeitos sob um colchão de arpejos - explode em pura paixão no molto animato, trionfante, e retorna à paz da imersão na natureza. Os mesmos acordes perfeitos sob arpejos retornam na Balada n.º 2, de 1853, tão bela quanto as muito mais conhecidas baladas de Chopin. Talvez esteja aqui o clímax dessa excepcional gravação. Ambiciosa em seus quase 14 minutos, ela faz atribulada viagem tonal, que sai de si menor, viaja por tonalidades distantes até retornar em si bemol maior.
O arsenal virtuosístico da escrita lisztiana exige o máximo do intérprete. Qualquer ouvido sente a mudança do tom menor para o maior, transfiguração magistralmente conduzida por Nelson.
Comunhão é a palavra para qualificar como Nelson interpreta o ciclo Consolations (1849-1850), seis peças atípicas na produção de Liszt. Fogem do virtuosismo, qualquer pianista amador consegue martelá-las ao piano. Raros são os que conseguem extrair a essência fugidia dessas peças quem sabe escritas sob o impacto da morte de seu amigo Chopin. Nelson consegue isso, mesmo dentro de pequenos arcos de dinâmica, como na primeira delas, um contrito "Andante con moto". No fim triunfa a música, num gesto bem lisztiano, ou "a vida continua", conclui filosoficamente a sexta vinheta do ciclo, intitulada "Allegretto sempre cantabile".
Bem, ano Liszt oblige. Era preciso fazer uma rapsódia húngara. Nelson escolheu uma das menos conhecidas, a terceira, e o resultado é impactante.
João Marcos Coelho - O Estado de S.Paulo
Um novo CD de Nelson Freire chega às lojas - e sites de downloads - do Brasil e do mundo na segunda-feira. Contratado exclusivo da Decca, o pianista brasileiro obedece, nesse caso com imenso entusiasmo, ao marketing das efemérides. No ano Liszt - comemoram-se em 2011 os 200 anos de seu nascimento -, pululam gravações das obras mais conhecidas, como as Rapsódias Húngaras 2, 4, 6, 12 e 15, o Sonho de Amor, etc., etc.
Como há décadas Nelson curte enorme intimidade com Liszt, foi rara sua inteligência na escolha do repertório. Seu oitavo CD para a Decca foi gravado entre 26 e 31 de janeiro em Hamburgo, na Alemanha, com cinco peças curtas, duas mais alentadas e o ciclo Consolations. Nelson está mais afiado do que nunca. Personalíssimo, imprime rubatos que encantam, uma fluência já lendária e a incrível capacidade de estabelecer refinadas gradações de dinâmica e expressividade no toque.
O recital começa com Waldesrauschen, um dos dois estudos de concerto de 1862. É o melhor Liszt, em que a mão esquerda constrói em semicolcheias uma ondulação sobre a qual um tema brinca de perpétua modulação. A seguir, duas peças dos dois primeiros cadernos dos Années de Pélerinage, compostos sob a paixão por Marie d"Agoult. Do primeiro caderno, Suíça, Nelson toca Au Lac de Wallenstadt, plácida barcarola. E do segundo, Itália, Nelson escolhe a terceira das peças sobre sonetos do poeta Petrarca, do século 14. Elas nasceram como "lieder" e depois Liszt as transcreveu para piano. Grande momento de Nelson, entregue à música atormentada pelo amor.
Na Valse Oubliée n.º 1, do fim de sua vida, Nelson capta a inesperada economia de meios de um compositor transbordante.
As duas peças mais ambiciosas são o 11.º dos Estudos Transcendentais e a Balada n.º 2. Harmonies du soir, que dá título ao CD. Em plena maturidade, Nelson acaricia as notas e transmite o impossível. Isto é, uma certa sensação de imobilidade no instante, como disse um pesquisador. Harmonies começa no crepúsculo, eleva-se num canto de ação de graças sereno - com uma sucessão de acordes perfeitos sob um colchão de arpejos - explode em pura paixão no molto animato, trionfante, e retorna à paz da imersão na natureza. Os mesmos acordes perfeitos sob arpejos retornam na Balada n.º 2, de 1853, tão bela quanto as muito mais conhecidas baladas de Chopin. Talvez esteja aqui o clímax dessa excepcional gravação. Ambiciosa em seus quase 14 minutos, ela faz atribulada viagem tonal, que sai de si menor, viaja por tonalidades distantes até retornar em si bemol maior.
O arsenal virtuosístico da escrita lisztiana exige o máximo do intérprete. Qualquer ouvido sente a mudança do tom menor para o maior, transfiguração magistralmente conduzida por Nelson.
Comunhão é a palavra para qualificar como Nelson interpreta o ciclo Consolations (1849-1850), seis peças atípicas na produção de Liszt. Fogem do virtuosismo, qualquer pianista amador consegue martelá-las ao piano. Raros são os que conseguem extrair a essência fugidia dessas peças quem sabe escritas sob o impacto da morte de seu amigo Chopin. Nelson consegue isso, mesmo dentro de pequenos arcos de dinâmica, como na primeira delas, um contrito "Andante con moto". No fim triunfa a música, num gesto bem lisztiano, ou "a vida continua", conclui filosoficamente a sexta vinheta do ciclo, intitulada "Allegretto sempre cantabile".
Bem, ano Liszt oblige. Era preciso fazer uma rapsódia húngara. Nelson escolheu uma das menos conhecidas, a terceira, e o resultado é impactante.
João Marcos Coelho - O Estado de S.Paulo
8 de abr. de 2001
MUDANÇA EM CÓDIGO PARA DIMINUIR LOTAÇÃO EM PRESÍDIOS
Câmara dos Deputados aprovou, na tarde de quinta-feira (07), uma mudança no Código do Processo Penal que pode aliviar a situação das penitenciárias e evitar que investigados por atos criminosos passem anos na prisão antes de serem condenados. Foram incluídas na lei, alternativas à prisão preventiva. Em casos menos graves, o juiz poderá optar por medidas cautelares, que impedem que o réu fuja ou frequente locais onde possa novamente cometer infrações. A mais inovadora é o uso de monitoramento eletrônico, como já ocorre em vários países. Entre as nove medidas, há, por exemplo, uma que obriga a pessoa a se apresentar periodicamente ao juiz; outra proíbe a pessoa de manter contato com pessoa envolvida no crime; uma terceira obriga a pessoa a dormir sempre em casa.
Autorizado sites pornográficos
O órgão internacional regulador de endereços na internet, ICANN, autorizou definitivamente nesta sexta-feira (18/03/2011) o uso do domínio ".xxx" para sites de conteúdo sexual explícito, mas adiou a sua decisão sobre a possibilidade de abrir as portas para domínios com outros sufixos. Estima-se que existam cerca de 370 milhões de endereços pornográficos na internet, o que significa que .xxx pode se tornar o domínio mais usado do mundo, talvez até superando o .com.
Alguns membros da indústria pornográfica, no entanto, são contrários à utilização do .xxx, afirmando que o sufixo facilita a censura e pode prejudicar os negócios. A direita religiosa norte-americana também é contra a criação do sufixo por razões morais.
Fonte: France Press
Fonte: France Press
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